Foz promove protesto contra golpe de 1964 e cria “Dia do Nunca Mais”

Um ato de protesto programado para esta sexta-feira em Foz do Iguaçu – como em outras cidades – pode desencadear uma virada na data de 31 de março na política brasileira. Este dia marca o golpe militar que derrubou o governo do presidente João Goulart, em 1964, e vinha sendo lembrado por quem apoiou ou apoia a ditadura que durou 21 anos.

O ato público “Golpe e Ditadura Nunca Mais” – o “Dia do Nunca Mais”, acontece uma semana depois do 24 de março – Dia da Memória, Verdade e Justiça –, comemorado (isso mesmo) na Argentina na data do golpe militar de 1976. Não coincidentemente, membros de algumas das instituições que organizam a manifestação em Foz participaram na sexta-feira da semana passada do evento na cidade vizinha de Puerto Iguazu (AR), no outro lado da fronteira.

Fazem parte da organização o Centro de Direitos Humanos e Memória Popular, a APP Sindicato (que representa os professores do Estado), a Sesunila (Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal da Integração Latinoamericana – Unila), e o SinteOeste (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos do Ensino Superior do Oeste do Paraná).

A manifestação em Foz está marcada para as 16h, na avenida Brasil, ao lado da loja Pernambucanas, no ponto de maior movimento do comércio central da cidade.

O 31 de março de 2023 também é marcado pelo fim de quatro anos do governo Bolsonaro,quando os chefes militares voltaram a exaltar a data e a ditadura militar. No governo Lula, as Forças Armadas estão sob comando de um Ministério da Defesa comandado por um civil, o conciliador José Mucio Monteiro Filho, que tem a tarefa de conter os militares contrários ao novo governo democraticamente eleito e favoráveis aos privilégios que tinham na ditadura e reconquistaram em parte com Bolsonaro. Eles contam com a simpatia de uma massa dediversas classes sociais que se declara de direita.

O ato em Foz será o primeiro teste nas ruas da cidade onde Bolsonaro teve 66% dos votos no segundo turno e onde manifestantes pró golpe acamparam durante mais de dois meses em frente ao quartel do Exército, na primeira quadra da mesma avenida Brasil.

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